A princípio quando usamos o termo “genros textuais” pensamos logo em algum texto literário ou alguma leitura rebuscada. Porém sabe-se que hoje essa expressão vai muito mais além por que hoje percebemos que “Os gêneros textuais não se caracterizam como formas estruturais estáticas e definidas”. Bakhtin [1999]pg29
Não são estáticos pelo fato dele transitar em todas as esferas sociais e nem definidos na medida em que ele varia de acordo com o meio que ele interage, ou seja, varia de acordo com contexto social em que ele está inserido.
Eles perpassam pelas relações mediante as práticas sociais ,onde mudam, fundem-se, misturam-se, afirmando assim a sua identidade. Sendo assim, Falar em gêneros textuais remete a qualquer forma de linguagem falada ou escrita a fim de manter uma comunicação.
“A variação cultural deve trazer conseqüências significativas para a variação de gêneros” pg32
Os gêneros textuais estão atreladas diretamente as diferentes formas de falar ou escrever correspondente a cada tribo, região grupo social, pois eles são os reflexos das estruturas socias recorrentes e típicas de cada cultura. Ou seja, os gêneros textuais são artefatos culturais construídos historicamente pelos seres humanos. Dessa forma a variação cultural deverá acarretar conseqüências significativas para as variações de gêneros, pois cada um possui a sua própria forma de gêneros, correspondente a sua linguagem
Em sua obra “A ordem do decurso” Foucault afirma que “as verdades construídas pelas instituições constroem discursos os quais exerce poder sobre a vida dos individuo, pois essas são classificadas como detentora do saberes que garantem aos discursos, o poder de ser aceito como verdadeiros. O discurso que prevalece é do indivíduo que detém o poder, ou seja, o saber”
Ou seja, para cada prática social é determinado um gênero adequado da linguagem e por meio dos gêneros constrói-se os discursos adequados para cada segmento da sociedade sendo permeado de interesses particulares. Seja no âmbito familiar, com os amigos, no emprego, os gêneros variam de acordo com as situações que nos cercam. As práticas sociais é que determina o gênero adequado para cada ocasião. Como são por meios das práticas sociais de terminam-se os gêneros, podemos dizer então que os gêneros textuais variam também de acordo com as classes sociais.
Sendo assim, para se relacionar com seus semelhantes, os indivíduos apropriam-se tanto de gêneros preexistentes como também criam novos gêneros, ou mesmo mesclam estes gêneros, baseados em formas textuais disponíveis no uso da língua de sua cultura
Os textos que circulam no mundo têm uma função especifica, para um público especifico e com características próprias. Temos como exemplo os jornais os quais transmitem as mesmas notícias, porém com gêneros textuais correspondente a seus públicos alvos. Ou seja:
É por meio da leitura e interpretação dos vários textos que se desvenda a heterogeneidade inerente aos textos com os quais mantemos contato em nosso dia- a- dia. Ler pressupõe compreender a escrita e tudo o que a acompanha, a completa, e a constitui. Por Isso, você pode escolher entre as duas formas de linguagem:
Forma rebuscada _o globo- classe social alta (atingem todos os leitores da mesma forma)
Forma satirizada e “escrachada” _expresso, Meia hora- Classes populares, “povão”
Quando dois ou mais gêneros se mesclam, acontece o fenômeno conhecido como Intertextualidade intergêneros. Nesse caso ele pode assumir a forma de outro e continuar com sua função de origem, a exemplo de um anúncio publicitário assumir a forma de um poema, historia,musica e outros e continuar, em sua função original, um anúncio publicitário.
Torna-se bastante eficaz o uso da intertextualidade na construção de anúncios publicitários, tendo em vista que esses tipos de mídia não abrem mãos dos recursos sutis e persuasivos, o qual contém traços muito criativos, capazes de chamar mais a atenção do espectador destacando seus produtos diante dos concorrentes. Utiliza-se dessa forma do universo do imaginário onde informa, satiriza e desperta a imaginação, a fim de vender o seu produto por meio de um anúncio publicitário. Sendo assim, os artifícios da publicidade tornam-se uma armadilha para os consumidores.
Grupo: Danielle, Marcia, Rosangela e Silvania.
Abordado na aula do professor Ivan Amaro durante o mês de outubro , o texto “Gêneros Textuais: definição e funcionalidade” de autoria de Luiz Antônio Marcuschi ressalta que a tecnologia que produz novos gêneros textuais está ancorada na modernidade perpassando pelo o universo cultural.
Ilustraremos de forma bem suscita nesse blog, alguns exemplos de gêneros textuais que podem ser utilizado no processo de aprendizagem na educação infantil.
Cartas- Esse gênero textual tem como funcionalidade despertar a criatividade pelo fato de possuir uma linguagem simples direta facilitando a compreensão imediata do conteúdo por todas as crianças.
AQUARELA
Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo...
Corro o lápis em torno
Da mão e me dou uma luva
E se faço chover
Com dois riscos
Tenho um guarda-chuva...
Se um pinguinho de tinta
Cai num pedacinho
Azul do papel
Num instante imagino
Uma linda gaivota
A voar no céu...
Vai voando
Contornando a imensa
Curva Norte e Sul
Vou com ela
Viajando Havaí
Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela
Brando navegando
É tanto céu e mar
Num beijo azul...
Entre as nuvens
Vem surgindo um lindo
Avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo
Com suas luzes a piscar...
Basta imaginar e ele está
Partindo, sereno e lindo
Se a gente quiser
Ele vai pousar...
Numa folha qualquer
Eu desenho um navio
De partida
Com alguns bons amigos
Bebendo de bem com a vida...
De uma América a outra
Eu consigo passar num segundo
Giro um simples compasso
E num círculo eu faço o mundo...
Um menino caminha
E caminhando chega no muro
E ali logo em frente
A esperar pela gente
O futuro está...
E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença
Muda a nossa vida
E depois convida
A rir ou chorar...
Nessa estrada não nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar
Vamos todos
Numa linda passarela
De uma aquarela
Que um dia enfim
Descolorirá...
Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
(Que descolorirá!)
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo
(Que descolorirá!)
Giro um simples compasso
Num círculo eu faço
O mundo
(Que descolorirá!)
( Vinícius eToquinho
Musicas- com conteúdos próprios do universo infantil, o uso de uma linguagem simples, facilita a compreensão tendo como suporte o uso das ilustrações.
Chapeuzinho VermelhoEra uma vez uma menina chamada Chapeuzinho Vermelho, que tinha esse apelido pois desde pequenina gostava de usar chapéus e capas desta cor.
Um dia, sua mãe pediu:
- Querida, sua avó está doente, por isso preparei aqueles doces, biscoitos, pãezinhos e frutas que estão na cestinha. Você poderia levar à casa dela?
- Claro, mamãe. A casa da vovó é bem pertinho!
- Mas, tome muito cuidado. Não converse com estranhos, não diga para onde vai, nem pare para nada. Vá pela estrada do rio, pois ouvi dizer que tem um lobo muito mau na estrada da floresta, devorando quem passa por lá.
- Está bem, mamãe, vou pela estrada do rio, e faço tudo direitinho!
E assim foi. Ou quase, pois a menina foi juntando flores no cesto para a vovó, e se distraiu com as borboletas, saindo do caminho do rio, sem perceber.
Cantando e juntando flores, Chapeuzinho Vermelho nem reparou como o lobo estava perto...
Ela nunca tinha visto um lobo antes, menos ainda um lobo mau. Levou um susto quando ouviu:
- Onde vai, linda menina?
- Vou à casa da vovó, que mora na primeira casa bem depois da curva do rio. E você, quem é?
O lobo respondeu:
- Sou um anjo da floresta, e estou aqui para preteger criancinhas como você.
- Ah! Que bom! Minha mãe disse para não conversar com estranhos, e também disse que tem um lobo mau andando por aqui.
- Que nada - respondeu o lobo - pode seguir tranqüila, que vou na frente retirando todo perigo que houver no caminho. Sempre ajuda conversar com o anjo da floresta.
- Muito obrigada, seu anjo. Assim, mamãe nem precisa saber que errei o caminho, sem querer.
E o lobo respondeu:
- Este será nosso segredo para sempre...
E saiu correndo na frente, rindo e pensando:
(Aquela idiota não sabe de nada: vou jantar a vovozinha dela e ter a netinha de sobremesa ... Uhmmm! Que delícia!)
Chegando à casa da vovó, Chapeuzinho bateu na porta:
- Vovó, sou eu, Chapeuzinho Vermelho!
- Pode entrar, minha netinha. Puxe o trinco, que a porta abre.
A menina pensou que a avó estivesse muito doente mesmo, para nem se levantar e abrir a porta. E falando com aquela voz tão estranha...
Chegou até a cama e viu que a vovó estava mesmo muito doente. Se não fosse a touquinha da vovó, os óculos da vovó, a colcha e a cama da vovó, ela pensaria que nem era a avó dela.
- Eu trouxe estas flores e os docinhos que a mamãe preparou. Quero que fique boa logo, vovó, e volte a ter sua voz de sempre.
- Obridada, minha netinha (disse o lobo, disfarçando a voz de trovão).
Chapeuzinho não se conteve de curiosidade, e perguntou:
- Vovó, a senhora está tão diferente: por que esses olhos tão grandes?
- É prá te olhar melhor, minha netinha.
- Mas, vovó, por que esse nariz tão grande?
- É prá te cheirar melhor, minha netinha.
- Mas, vovó, por que essas mãos tão grandes?
- São para te acariciar melhor, minha netinha.
(A essa altura, o lobo já estava achando a brincadeira sem graça, querendo comer logo sua sobremesa. Aquela menina não parava de perguntar...)
- Mas, vovó, por que essa boca tão grande?
- Quer mesmo saber? É prá te comer!!!!
- Uai! Socorro! É o lobo!
A menina saiu correndo e gritando, com o lobo correndo bem atrás dela, pertinho, quase conseguindo pegar.
Por sorte, um grupo de caçadores ia passando por ali bem na hora, e seus gritos chamaram sua atenção.
Ouviu-se um tiro, e o lobo caiu no chão, a um palmo da menina.
Todos já iam comemorar, quando Chapeuzinho falou:
- Acho que o lobo devorou minha avozinha.
- Não se desespere, pequenina. Alguns lobos desta espécie engolem seu jantar inteirinho, sem ao menos mastigar. Acho que estou vendo movimento em sua barriga, vamos ver...
Com um enorme facão, o caçador abriu a barriga do lobo de cima abaixo, e de lá tirou a vovó inteirinha, vivinha.
- Viva! Vovó!
E todos comemoraram a liberdade conquistada, até mesmo a vovó, que já não se lembrava mais de estar doente, caiu na farra.
"O lobo mau já morreu. Agora tudo tem festa: posso caçar borboletas, posso brincar na floresta."
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